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26 de Abril de 2024

Bombeiro Herói, Renato estudava no Balcão da Padaria

Conheça essa história inspiradora e seu conselho ao final

há 9 anos

Bombeiro heri Renato Motta estudava no balco da padaria

Renato Neves Motta tem 34 anos e é militar do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, casado e pai de Caio, prestes a completar um ano. Mas, para chegar onde está, ele precisou estudar e trabalhar muito, chegando a ler livros atrás do balcão da padaria em que trabalhava. “Sou o filho mais novo de uma família muito grande. Somos 11 irmãos, nascidos e criados na comunidade da Fazendinha, área muito pobre do Complexo do Alemão. Morávamos em uma casa pequena, com apenas quatro cômodos, éramos felizes, mas tínhamos apenas o básico do básico”, contou.

Ele lembra também que ganhou de aniversário uma carteira de trabalho, aos 14 anos, e que sua família não tinha condições de pagar uma faculdade. “Chorei muito, pois queria fazer faculdade e não tinha dinheiro. Meu pai, coitado, que tinha apenas a terceira série primária, achava que fazer faculdade de Direito era apenas um sonho muito distante, era coisa de ‘rico’. Deus me deu a honra de ter meu pai em minha formatura, anos depois.”Renato conta que pretendia estudar para concurso apenas quando concluísse a graduação em Direito, pois o curso era caro, e não podia contar com a ajuda dos pais para as despesas do estudo. “Estudava atrás do balcão da padaria, em meio aos pedidos dos clientes, com apostilas da Livraria Dirigida compradas com muita dificuldade. Não foi fácil, mas aprendi a conciliar esse tempo, porque trabalho desde os 12 anos”, disse.

Em 1998, com 18 anos, Renato fez o concurso para soldado do Corpo de Bombeiros do Rio. Ficou entre os primeiros na parte teórica, mas foi reprovado na parte física. “Voltei chorando no ônibus no trajeto da prova, ficava triste só de pensar que teria que voltar para a realidade da padaria, acordar antes das 5 horas e enfrentar filas de clientes.” Mas ele não desistiu. Chorou só naquele dia, porque teria que levantar a cabeça e ir à luta. E seu esforço foi compensado. Entre os anos de 1999 e 2000, Renato prestou concurso para recenseador do IBGE. O resultado não poderia ser melhor: “Foi sensacional imprimir a folha com o meu nome e colocação: ‘Renato Neves Motta, aprovado, colocação 1º”. No IBGE, fez concurso para a ACS, passando na sexta colocação. Daí, foi se satisfazendo. “Comecei a trabalhar e senti o ‘gostinho’ do trabalho em um órgão público.”

Mas o maior sonho ainda estava por vir. Desde criança queria ser bombeiro. Insistente, tentou novamente entrar na corporação. Eis que no dia 1º de agosto de 2000 ele, finalmente, conseguiu ingressar na corporação. “Foram três sensações: alívio, esperança e satisfação. Alívio por ter conseguido um trabalho estável, esperança porque sabia que o pior já havia passado e que teria dias melhores daí para a frente, e satisfação pelo fato de ter colhido os frutos de uma batalha bem sucedida e o fato de ter entrado em uma corporação da qual eu sempre desejei fazer parte, desde criança. Foi um prazer que as palavras não conseguem traduzir.” Realizado o sonho de infância, Renato conta que é suspeito para falar de seu trabalho, pois se define como “apaixonado” pela carreira. “Trabalhar salvando vidas é o que eu mais gosto de fazer. Até acho que o faço bem. Em quase 14 anos, já fui promovido cinco vezes, fui indicado para as duas mais importantes medalhas da corporação, além do conjunto de medalhas Pedro Ernesto, pela Câmara de Vereadores do Rio, em razão do salvamento de uma senhora que tentara suicídio jogando-se em um canal.”

Esse salvamento teve muita repercussão, pois Renato arriscou a própria vida, jogando-se no canal. “Para ostentar esta farda é preciso coragem para ir onde ninguém quer ir, para pôr em risco sua vida por pessoas que nunca se viu. É preciso ter sangue frio para manchar a farda com sangue das pessoas que dificilmente vão voltar para agradecer”. Em 2009 Renato passou no concurso para oficial de cartório, mas preferiu continuar na corporação. Mesmo assim, continua estudando entre uma emergência e outra. “Não existe dificuldade para quem quer estudar”, assegura. Vivendo um dia de cada vez, Renato ainda busca outro grande sonho: ser delegado de polícia. “É um sonho e vou seguindo em frente, até alcançá-lo. Gostaria de ser aprovado na prova de delegado porque tenho a sensação de que investi muito na minha educação e devo ser ‘recompensado’ por isso.”

Humilde, ele agradece sempre a Deus por cada conquista e deve sua vitória à dedicação aos estudos. “Acredite e persevere. Estudar muda a nossa realidade. Para quem não tem ‘padrinho’, é a única maneira de vencer. Falei nessas conquistas não para me vangloriar delas, mas para mostrar que tudo é possível. Saiam das redes sociais, isso rouba o seu tempo, estude! Deus é fiel, corra atrás dos seus sonhos, confie neles e terá satisfeito o desejo do seu coração.”

Fonte: Folha Dirigida (William Correa)


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Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/bombeiro-heroi-renato-estudava-no-balcao-da-padaria/241598375

8 Comentários

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Belo exemplo de superação e determinação e de pessoa que faz o que acredita! continuar lendo

Parabéns Renato! És um exemplo de vida e de perseverança! Continue estudando! O Brasil precisa de exemplo como o seu. Ser pobre não é sinônimo de incapacidade , sim de dedicação e força de vontade. Minhas Congratulações!!! continuar lendo

Obrigado! Concordo plenamente com as suas palavras. continuar lendo

Fico contente em saber desse grande esforço desse nobre Renato. . Parabéns voçe é um exemplo, siga em frente com seus objetivos. continuar lendo

Obrigado, amigo! continuar lendo

Parabéns Renato, quem te conhece sabe que você é muito mais do que contou. É um pai e marido amoroso e dedicado, um filho dedicado à família, um cidadão exemplar e apaixonado pela instituição na qual trabalha e também pelo seu ofício. Siga seu sonho. continuar lendo

Obrigado, doutora, acredito que estudar é a maneira de nos rebelarmos contra aquilo que o sistema nos impõe. Grato pelo carinho com a minha família. continuar lendo